Tormenta RPG: Dádiva de Tártaro – Como Adaptar o Poder de Hades para Suas Campanhas
Prepare-se para transcender as barreiras do mundo mortal e trazer um fragmento do poder do Submundo diretamente para a sua mesa de Tormenta,...
Prepare-se para transcender as barreiras do mundo mortal e trazer um fragmento do poder do Submundo diretamente para a sua mesa de Tormenta, moldando encontros épicos e inesquecíveis.

Como mestres veteranos, sabemos que a inspiração pode vir de qualquer lugar. Adaptar conceitos de outros universos fictícios para o cenário de Arton é uma forma poderosa de enriquecer a narrativa e surpreender seus jogadores. Hoje, vamos mergulhar na essência de Hades, o Senhor do Submundo, e traduzir um de seus poderes icônicos para o sistema Tormenta RPG, de forma balanceada e envolvente.
O desafio é capturar a aura de um ser tão monumental sem quebrar a harmonia do jogo. A ideia não é simplesmente copiar, mas entender a função narrativa e mecânica do poder no universo original e reimaginá-la dentro das regras e da lore de Arton. Nosso foco será a manipulação da energia vital e espiritual, um domínio intrínseco a Hades.
Dádiva de Tártaro
Origem: Inspirada na capacidade do Senhor do Submundo, Hades, de manipular as almas dos mortos e a essência da vida. Este poder reflete a autoridade sobre o limiar entre a vida e a morte, uma prerrogativa de divindades maiores ou seres de poder inimaginável que governam os domínios do vazio e da não-vida.
Tradução Mecânica
A Dádiva de Tártaro é um Poder Único, uma habilidade formidável que transcende magias convencionais. Geralmente concedida por uma divindade maior ligada à morte e ao vazio – como uma manifestação sombria de Tenebra, um avatar de Kallyadranoch em seu aspecto de ceifador, ou até mesmo um relicário de Aharadak –, ou manifestada por seres lendários que alcançaram maestria sobre o fluxo entre a vida e a morte. Não é um poder que personagens jogadores comuns possam adquirir através de níveis normais, mas sim uma recompensa épica de campanha, um artefato de poder incalculável ou a habilidade intrínseca de um antagonista de grande escala.
Detalhamento Técnico
Efeito (Ação Padrão):
- O usuário invoca a essência do vazio e da morte, criando uma aura pulsante em um raio de 9 metros centrado em si.
- Todas as criaturas vivas dentro da área devem fazer um teste de Vontade (CD 20 + Modificador de Carisma ou Sabedoria do usuário).
- Falha: A criatura sofre 8d8 pontos de dano de Espírito e fica Fraca (–2 em testes de ataque, perícia e rolagens de dano) por 1 rodada.
- Sucesso: A criatura sofre metade do dano e não fica Fraca.
- Para cada criatura que falha no teste de Vontade, o usuário recupera 1d6 Pontos de Vida (PV) ou 1d4 Pontos de Mana (PM), à escolha do usuário. Esta recuperação é um reflexo da absorção da energia vital dos alvos.
Custo e Condições:
- Custo: 25 PM.
- Condição: Requer que o usuário esteja em um estado de profunda conexão com a morte ou o sofrimento, ou sob a influência de um artefato amaldiçoado. Pode ser usada uma vez por cena ou a cada 3 rodadas, para evitar spam e manter seu impacto dramático.
Limitações e Pontos Fracos:
- Não afeta criaturas mortas-vivas, construtos ou seres que não possuem um espírito (como certos elementais menores).
- A recuperação de PV/PM é limitada a um máximo de 5 criaturas por uso, mesmo que mais falhem no teste.
- O uso excessivo pode atrair a atenção de divindades da vida (Lena, Thyatis) ou do equilíbrio (Aharadak), ou até mesmo exaurir o usuário, impondo a condição Exausto (–5 em testes de ataque, perícia e rolagens de dano) por 1d4 rodadas após o terceiro uso em uma única cena, simulando o peso de tal poder.
Aplicação Narrativa
A Dádiva de Tártaro é perfeita para mestres que desejam elevar o patamar de seus antagonistas. Imagine um sumo-sacerdote de Tenebra que, à beira da derrota, invoca este poder para reverter o curso da batalha, drenando a vitalidade dos heróis e restaurando suas próprias forças. Ou um Lich milenar, cujo covil em ruínas se torna um foco para essa habilidade, enquanto os heróis tentam romper sua defesa final. O poder pode ser a manifestação de um local amaldiçoado, um item artefato que drena a vida ao redor, ou a habilidade derradeira de um lorde demônio ou um ser extradimensional.
Em aventuras, este poder pode ser o gatilho para desafios complexos. Talvez os heróis precisem encontrar uma maneira de selar a fonte desse poder, ou quebrar a conexão de um inimigo com ele. Um evento dramático pode ser a cidade sendo devastada por uma praga que imita os efeitos da Dádiva de Tártaro, drenando a vida dos inocentes e empoderando uma entidade sombria. As consequências podem incluir a aparição de cultistas que buscam emular o poder, a criação de hordas de mortos-vivos a partir das almas ceifadas, ou o despertar de divindades menores da vida em busca de vingança. Use-o para criar momentos de tensão e desespero, onde a estratégia e a criatividade dos jogadores são postas à prova.
Considerações de Balanceamento
Manter o equilíbrio é crucial. A CD para resistir ao poder deve ser alta, refletindo sua natureza épica, mas não intransponível. O custo em PM é significativo, garantindo que o antagonista não possa usá-lo indiscriminadamente. As limitações sobre os tipos de criaturas afetadas e a recuperação de PV/PM são essenciais para evitar que o poder se torne uma 'bala de prata' universal. A condição de 'Exausto' após múltiplos usos serve como um limitador natural para encontros mais prolongados, incentivando o mestre a usar o poder de forma tática e dramática, sem sobrepujar os jogadores a ponto de desmotivá-los. Lembre-se, o objetivo é criar um desafio memorável, não uma derrota injusta.
Adaptar poderes icônicos como a Dádiva de Tártaro é uma arte que exige cuidado e criatividade. Ao seguir estas diretrizes, você pode trazer um toque do lendário para suas mesas de Tormenta, criando narrativas mais ricas e experiências de jogo inesquecíveis. Agora, é a sua vez de imaginar como o Submundo pode ecoar em Arton!