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A história curiosa por trás do sistema Warhammer Fantasy Roleplay

Prepare-se para mergulhar nas sombras do Velho Mundo e descobrir como um sistema de RPG se tornou a personificação da fantasia sombria, forj...

Prepare-se para mergulhar nas sombras do Velho Mundo e descobrir como um sistema de RPG se tornou a personificação da fantasia sombria, forjando um legado que ecoa até hoje nas mesas de jogo.

A história curiosa por trás do sistema Warhammer Fantasy Roleplay

No final dos anos 80, enquanto a maioria dos RPGs de fantasia explorava mundos de heróis luminosos e missões épicas, a Games Workshop, já uma força em jogos de miniaturas, decidiu trilhar um caminho diferente. A visão era criar um RPG de mesa que fosse sombrio, implacável e onde a sobrevivência fosse uma vitória em si. Assim nasceu Warhammer Fantasy Roleplay (WFRP) em 1986, um sistema que prometia uma experiência verdadeiramente “grim and perilous” (sombria e perigosa).

A mente por trás dessa primeira edição foi, em grande parte, de Graeme Davis, com contribuições significativas de Rick Priestley, Phil Gallagher e Jim Bambra. Eles não apenas criaram um conjunto de regras, mas conceberam um mundo — o Velho Mundo — que era ao mesmo tempo familiar e horripilantemente único. Ruas imundas, corrupção endêmica, cultos secretos e a constante ameaça do Chaos permeavam cada canto, desafiando a noção convencional de heroísmo e jogando os personagens diretamente na lama da realidade medieval fantástica.

O que tornou o WFRP tão revolucionário foi sua abordagem ao protagonismo. Longe de começar como poderosos guerreiros ou magos, os jogadores frequentemente iniciavam suas jornadas como catadores de ratos, aprendizes de ferreiro, guardas de estradas ou mesmo barbeiros. O sistema de carreiras era detalhado e permitia uma progressão orgânica, onde a mudança de profissão era uma aventura em si. Para mestres, isso é ouro: comece pequeno, deixe que os jogadores construam laços com o mundano antes de confrontarem o sobrenatural, tornando a escalada de poder e ameaças muito mais impactante.

A narrativa do WFRP era também visceral. Esqueça os danos genéricos; as tabelas de crítico eram notoriamente detalhadas e brutais, descrevendo ferimentos que deixariam cicatrizes não apenas físicas, mas psicológicas. A inclusão de Pontos de Insanidade (Insanity Points) elevou o horror e a pressão mental a um novo patamar, fazendo com que o medo fosse tão real quanto uma espada na garganta. Mestres, usem as consequências das ações para pintar um quadro vívido, não apenas para ditar um resultado numérico. O sofrimento e a loucura podem ser excelentes ganchos de enredo.

Um dos aspectos mais curiosos e influentes da história do WFRP é como seu cenário, o Velho Mundo, acabou por se tornar a espinha dorsal para todo o universo Warhammer Fantasy Battles, o jogo de miniaturas que mais tarde alcançaria enorme sucesso global. O que começou como um RPG derivado, de fato, moldou e deu profundidade à lore do universo que a Games Workshop estava construindo. É um testamento do poder da narrativa imersiva e do worldbuilding colaborativo que transcende as plataformas.

Ao longo das décadas, o WFRP passou por várias edições (da Hogshead Publishing à Fantasy Flight Games e, mais recentemente, pela Cubicle 7), cada uma tentando recapturar a essência daquela primeira edição “grimdark”. Contudo, o espírito original de sobrevivência contra todas as adversidades, de enfrentar monstros internos e externos, e de encontrar um brilho de esperança nas paisagens mais desoladoras, permanece a sua marca registrada.

Para mestres que desejam trazer o sabor do WFRP para suas mesas, independentemente do sistema, a dica é focar na atmosfera. Enfatize a insignificância dos personagens diante das forças maiores, mas celebre suas pequenas vitórias. Construa um mundo vibrante com NPCs críveis, dilemas morais difíceis e mistérios sombrios. Deixe que o medo seja palpável, a superstição seja um fato e a magia seja algo temível e incompreensível, não apenas uma ferramenta de combate.

A história curiosa do Warhammer Fantasy Roleplay é a história de como a coragem de ser diferente, de abraçar o sombrio e o perigoso, não apenas criou um RPG amado, mas ajudou a definir um subgênero inteiro da fantasia. É uma lição valiosa para todo mestre e jogador: as histórias mais memoráveis muitas vezes nascem onde menos se espera, nas sombras, onde a luta pela sobrevivência é a maior de todas as aventuras.

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